O Papel das Empresas nas Mudanças Climáticas
As empresas desempenham um papel significativo nas mudanças climáticas, tanto como principais contribuintes para o problema quanto como agentes fundamentais na busca por soluções. O impacto das empresas nas mudanças climáticas ocorre em diferentes níveis, dependendo do setor, das operações, do uso de recursos naturais, das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e das políticas adotadas. Aqui estão alguns dos principais impactos das empresas na mudança climática:
1. Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE)
As empresas são responsáveis por uma parte significativa das emissões globais de GEE, principalmente CO₂, metano (CH₄) e óxidos de nitrogênio (NOₓ). Setores industriais como energia, transporte, agricultura, manufatura, construção e tecnologia são grandes emissores. Essas emissões ocorrem de diversas maneiras:
Queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural, carvão) para geração de eletricidade, calor e transporte.
Processos industriais que liberam CO₂, como na produção de cimento, aço, vidro e plásticos.
Desmatamento e mudança no uso da terra, principalmente para agricultura e produção de commodities (soja, óleo de palma, etc.), o que reduz a capacidade de sequestro de carbono.
Por exemplo, o setor de energia é o maior contribuinte individual para as mudanças climáticas, sendo responsável por cerca de 73% das emissões globais de GEE.
2. Exploração e uso de recursos naturais
Empresas que operam em setores de mineração, agricultura, pesca e extração de petróleo e gás contribuem para a degradação ambiental, muitas vezes exacerbando as mudanças climáticas. A extração de recursos em excesso pode levar à destruição de ecossistemas que atuam como sumidouros de carbono, como florestas tropicais, solos e oceanos.
Impactos:
Desmatamento: A expansão da agricultura e pecuária para atender à demanda de alimentos e commodities leva à perda de florestas, que são importantes para absorção de CO₂.
Degradação dos solos: O uso intensivo de solos para agricultura pode reduzir a capacidade de absorver carbono.
Poluição e acidificação dos oceanos: Empresas ligadas à pesca e indústrias costeiras contribuem para a acidificação, afetando o ciclo de carbono nos oceanos.
3. Produção e consumo de bens e serviços
Empresas que fabricam produtos de consumo e serviços têm um impacto direto por meio da cadeia de suprimentos, produção e distribuição:
Produção de bens: A fabricação de eletrônicos, roupas, alimentos processados e produtos plásticos consome grandes quantidades de energia e recursos, gerando emissões substanciais.
Transporte: A logística de transporte de mercadorias (navios, aviões, caminhões) contribui significativamente para as emissões de CO₂.
Uso de produtos: O consumo de eletricidade por produtos fabricados por empresas (como aparelhos eletrônicos e veículos) também tem impacto climático, mesmo após a venda do produto.
4. Mudanças no uso da terra
Empresas do setor agrícola e madeireiro têm um impacto considerável nas mudanças climáticas devido à mudança no uso da terra. O desmatamento para agricultura, especialmente para criação de gado, cultivo de soja e óleo de palma, é uma das principais causas do aumento de emissões de GEE, principalmente em países como Brasil, Indonésia e partes da África.
5. Contribuição para a economia linear e a cultura de descartabilidade
Muitas empresas ainda operam em uma economia linear, onde os produtos são fabricados, utilizados e descartados. Isso promove o uso insustentável de recursos e a produção de resíduos, exacerbando a extração de recursos naturais e contribuindo para as emissões de GEE.
Exemplos:
Setor de moda: A moda rápida ("fast fashion") é conhecida pelo uso intensivo de recursos e pela geração de grandes quantidades de resíduos, além das emissões durante a fabricação e transporte.
Setor de eletrônicos: O consumo crescente de dispositivos eletrônicos e a falta de reciclagem adequada aumentam a pegada de carbono associada à fabricação e descarte.
6. Ações e compromissos climáticos das empresas
Embora as empresas sejam grandes contribuintes para as mudanças climáticas, muitas estão assumindo compromissos para reduzir suas emissões e adotar práticas sustentáveis. As ações incluem:
Redução de emissões: Muitas empresas estão definindo metas de redução de GEE, como metas de "carbono neutro" ou "net-zero" até 2050.
Uso de energias renováveis: Muitas empresas estão substituindo o uso de combustíveis fósseis por energias renováveis (solar, eólica, hidrelétrica).
Eficiência energética: Melhorias na eficiência energética dos processos de produção podem reduzir significativamente as emissões.
Iniciativas de economia circular: Empresas estão buscando reduzir o desperdício, aumentar a reciclagem e reutilizar materiais em suas cadeias de suprimentos.
Relatórios e transparência: Um número crescente de empresas está aderindo ao GHG Protocol e ao Relatório de Sustentabilidade para rastrear e divulgar suas emissões de GEE.
7. Influência nas políticas públicas e práticas globais
Empresas têm poder político e econômico para influenciar políticas ambientais e regulamentações. Grandes corporações podem ajudar ou prejudicar a ação climática dependendo de suas ações e posicionamento. Por exemplo, setores de combustíveis fósseis tradicionalmente têm feito lobby contra políticas climáticas, enquanto empresas de tecnologia e grandes varejistas têm se comprometido com a neutralidade de carbono.
As empresas têm um impacto significativo nas mudanças climáticas, tanto em termos de contribuição para o problema quanto na capacidade de atuar para mitigar esses efeitos. A transição para práticas empresariais mais sustentáveis, como o uso de energias renováveis, a economia circular, e a redução de emissões diretas e indiretas, é essencial para limitar o aquecimento global e alcançar os objetivos do Acordo de Paris.
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